sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ratos têm compaixão e empatia por seus semelhantes


Experiência provou que roedores se esforçam para libertar companheiros presos e depois dividem chocolate com ele

Foto: Science/AAASAmpliar
A presença de um companheiro enjaulado fazia o rato focar esforços em sua libertação
A pergunta: “Você é um homem ou um rato?” está prestes a ganhar uma nova conotação. Novas experiências mostram ratos demonstrando compaixão e ajudando outros roedores, um traço de comportamento que até agora alguns cientistas achavam que era exclusividade de humanas e primatas superiores, como chimpanzés.

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Nas experiências, que foram repetidas à exaustão, ratos libertaram outros ratos presos em jaulas, mesmo quando chocolates foram postos para servir de distração. De 30 animais, 23 abriam a jaula e libertavam o outro animal, empurrando uma portinha. Os ratos poderiam ter simplesmente comido o chocolate antes de libertar seus amigos, mas muitos não fizeram isso, escolhendo ajudar primeiro e depois dividindo a guloseima.
“O que o estudo nos contou é que, para os ratos, libertar um companheiro é tão importante quanto comer chocolate,” diz a autora do estudo Peggy Mason, da Universidade de Chicago. “É algo muito importante”.
Em alguns casos, os ratos tiravam antes os pedaços de chocolate de um recipiente, mas não comiam. Prosseguiam abrindo a jaula e depois dividiam o doce, “quase como se estivessem servindo a eles,” descreve Peggy, que relatou suas descobertas na edição desta semana do periódico científico Science. Os animais demoravam alguns dias para aprender como abrir a jaula, mas depois que dominavam a técnica, demoravam menos de um minuto para libertar seus amigos presos. Quando as jaulas estavam vazias ou tinham algum objeto, os ratos não mexiam nelas.
O estudo mostrou fêmeas mostravam mais empatia que machos. Todas as seis fêmeas do estudo libertaram seu companheiro cativo; 17 dos 24 machos fizeram o mesmo. Isso confirma outros estudos em animais que mostram que fêmeas têm comportamentos socialmente mais ativos que machos. Em alguns dias, alguns machos “tiravam folga” da tarefa de libertar os amigos, mas isso nunca aconteceu com as fêmeas, de acordo com Peggy.
Jeff Mogil, da Universidade McGill, do Canadá, não esteve envolvido na pesquisa, mas afirmou que embora um pouco surpreendente, as provas eram convincentes. “É uma demonstração muito óbvia do fenômeno de empatia e compaixão,” afirmou à AP. Ambos os pesquisadores afirmaram que empatia social deve ter sido uma característica importante na evolução animal. Peggy brincou: “Se ratos podem cuidar e ajudar uns aos outros, dá para ter otimismo que nós também podemos ser assim”.

Estudo: As ratazanas também sentem empatia pelos seus semelhantes

Filipa Alves (09-12-2011)
A investigação recém-publicada revelou que as ratazanas podem sentir a angústia de um membro da mesma espécie que se encontra preso, o que as motiva para o libertarem, mesmo se isso implicar abrir mão de uma guloseima.
Cientistas da Universidade de Chicago publicaram recentemente na revista Science aquele que é o primeiro estudo que revela que, à semelhança do que acontece com macacos e chimpanzés, as ratazanas experimentam, como os humanos, a empatia no que aos seus semelhantes diz respeito.
Jean Decety e os seus colegas submeteram ratazanas não-aparentados a um conjunto de experiências que envolveu, depois de um período de coexistência de duas semanas numa caixa de plástico, o isolamento de um dos animais dentro de uma caixa mais pequena de plástico transparente com uma porta que podia ser aberta pelo outro animal.
No fim de uma semana de testes observou-se que ¾ das ratazanas optavam por libertar o seu congénere, respondendo às suas vocalizações de angústia (registadas através da utilização de um detetor de morcegos).
A repetição da experiência com uma caixa sem a presença da ratazana aprisionada, em que a porta apenas foi aberta em 1/6 dos casos, prova que a presença do animal preso constitui uma motivação determinante para que os ratos aprendam a abrir a porta.
Por outro lado, a repetição da primeira experiência durante um mês em que se obtiveram sistematicamente o mesmo resultado em que a ratazana livre liberta o seu “amigo” preso revela que não é uma questão de curiosidade.
A introdução de modificações à experiência original de tal forma que, ao ser libertado, o animal preso não entre em contacto com o seu “salvador”, bem como a apresentação de uma alternativa sob a forma de uma guloseima não provocaram alterações do comportamento altruísta da ratazana a ser testada.
Isto prova que, por um lado, o animal não estava à procura de um “agradecimento”/recompensa por parte do animal libertado e, por outro, que o que o move é tão forte como o “desejo” de uma guloseima.
Veja um vídeo das experiências aqui

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